Você já se sentiu “estranha”, “desconfortável” ou “desanimada” e teve dificuldade de dizer exatamente o que estava sentindo? Acredite: isso é mais comum do que parece. Muitas pessoas, especialmente mulheres, crescem sem aprender a identificar suas emoções com clareza. No entanto, essa habilidade é essencial para cultivar uma vida emocional mais equilibrada, relacionamentos mais saudáveis e até para a saúde mental como um todo.
Por que é tão difícil nomear o que sentimos?
O processo de nomear emoções — conhecido na psicologia como alfabetização emocional — exige tempo, prática e, muitas vezes, orientação especializada. Desde a infância, somos ensinadas a nomear objetos, números e até sentimentos básicos como “feliz” ou “triste”, mas raramente recebemos uma educação emocional que nos ajude a diferenciar, por exemplo, frustração de raiva ou ansiedade de medo.
Além disso, fatores sociais e culturais também influenciam. Mulheres, por exemplo, são frequentemente ensinadas a “serem fortes”, “não reclamarem” ou “manterem a harmonia”, o que pode dificultar a expressão honesta de emoções como tristeza, raiva ou cansaço. Quando não nomeamos uma emoção, ela continua atuando no nosso corpo e mente — e pode se transformar em sintomas físicos, crises de ansiedade ou até quadros depressivos.
O poder de dar nome: o que a ciência diz
Estudos mostram que nomear corretamente uma emoção ativa regiões específicas do cérebro ligadas ao autocontrole emocional. Segundo uma pesquisa da UCLA, o simples ato de identificar verbalmente um sentimento (como dizer “estou com medo” ou “estou frustrada”) já começa a reduzir a intensidade daquela emoção.
Esse processo dá ao cérebro uma chance de “pausar” e escolher como responder, em vez de reagir automaticamente. Isso é especialmente importante em situações de estresse, conflito ou tomada de decisão — seja na vida pessoal ou profissional.
Nomear emoções transforma sua relação com o mundo
Quando conseguimos dizer com clareza o que sentimos, melhoramos nossa comunicação interpessoal, diminuímos os conflitos e criamos vínculos mais autênticos. Também passamos a compreender melhor nossos gatilhos emocionais e a identificar o que realmente nos faz bem — ou mal.
Além disso, reconhecer as emoções com mais precisão ajuda a:
- Reduzir a impulsividade: Você age com mais consciência e menos reatividade.
- Prevenir transtornos mentais: Entender o que sente é o primeiro passo para lidar com sentimentos intensos de forma saudável.
- Desenvolver empatia: Quando você entende seus próprios sentimentos, também compreende melhor os dos outros.
- Aumentar o autoconhecimento: Você se conecta de forma mais profunda com seus valores, desejos e necessidades.
Como desenvolver essa habilidade?
Você pode começar com pequenos passos:
- Pergunte-se regularmente: “O que estou sentindo agora?”
- Evite respostas genéricas como “tô bem” ou “tô mal” — vá além: tente identificar se é ansiedade, cansaço, irritação, frustração, insegurança.
- Use mapas ou rodas das emoções, que são ferramentas visuais que ajudam a nomear sentimentos com mais precisão.
- Escreva em um diário emocional: registrar o que sente ao longo do dia é uma excelente prática de autopercepção.
- Busque apoio psicológico: a psicoterapia é um espaço seguro para aprender a identificar, nomear e transformar emoções.
Conclusão: dar nome é dar significado
Dar nome às emoções é mais do que um exercício de vocabulário emocional — é um passo essencial para tomar as rédeas da própria vida. Quando conseguimos reconhecer o que se passa dentro de nós, temos mais chances de cuidar, curar e crescer. É o primeiro passo para uma vida com mais clareza, autonomia e bem-estar.
Se você sente que precisa de apoio para desenvolver esse olhar mais atento para suas emoções, o Instituto Life Fullness oferece acompanhamento psicológico especializado para ajudar mulheres a se reconectarem com suas emoções e alcançarem uma vida mais plena.